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Conto – A Vigía

28 terça-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Hero, Heroína, Histórias, Magia, Textos

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contos, escritor, Hero, heroína, histórias, Lua, magia, textos

Era uma noite nublada, gélida e tenebrosa. Poucas pessoas se aventuravam a sair do aconchego de suas casas, poucos carros transitavam pelas ruas que estavam desertas.

Um fenômeno bastante raro acontecia para quem se aventurasse a olhar para o vasto céu negro: haviam duas Luas encobertas pelas grandes nuvens carregadas.

Uma adolescente de olhos castanhos se apertava mais em seu comprido, preto casaco de couro, enquanto segurava um extenso livro de japonês e uma mochila pequena nas costas. Seus passos eram apressados, como se estivesse atrasada para algum compromisso importante. A rua estava muito escura devido a má iluminação dos postes presentes. Já era tarde da noite.

Passou por pequenas ruazinhas e viu algo que a deixou espantada: um homem alto e musculoso mostrava a faca para uma outra mulher enquanto a ameaçava. Nunca havia visto cena tão pertubadora. Queria poder ajudá-la, mas como?

Alguma coisa sussurrou em seu ouvido para olhar para cima e assim o fez. As duas Luas começaram a se descobrir e iluminaram o caminho até onde o assaltante praticava o seu roubo. Algo a puxou para lá e quando se deu por si, estava confrontando aquele grande homem com sua estatura pequena. Ele deixou de lado a outra e puxou uma faca para a menina.

A garota, que estava com o cabelo tampando seu rosto, levantou o seu rosto, o mirou seriamente e depois deu uma gargalhada.

– Do que você está rindo? – perguntou o outro ferozmente.

– Estou rindo da surra que eu vou te dar.

E rapidamente, algo sobrenatural aconteceu. As Luas se juntaram quando a menina fechou os olhos. Um vento forte começou a bater e a fazer barulhos gigantescos. Seu corpo começou a brilhar intensamente enquanto abria seus olhos que haviam se tornado azuis, o cabelo que ia até a cintura encurtou-se em uma trança perfeitamente montada.

Assustado, o homem deu alguns passos para trás, ainda não acreditando no que estava vendo. Ela apenas sorriu e aproximou-se dele. Com apenas um aceno de mão, ele estava no chão.

– Quem… Quem é você? – gaguejou antes de desmaiar.

– Eu sou A Vigía.

Uma heroína havia nascido.

E com isso, a lenda da adolescente combatente do crime e da injustiça espalhou-se rapidamente. Dizem que ela continua andando por aí, sempre com um olhar inocente, um sorriso prestes a ser dado e um livro debaixo do braço, apenas esperando para fazer o que fazia de melhor.

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Conto – O Último Dragão

16 quinta-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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asas, conto, dragões, magia, mitologia, sentimentos, voar

O céu estava negro e nenhuma nuvem podia ser vista, a terra estava coberta por uma grossa camada de uma pálida neve. Nenhum barulho ecoava no ar, o silêncio predominava.

Uma grande criatura fazia profundas pegadas no gelo que parecia mais frio aquele ano. Sua respiração era forte, mas ao mesmo tempo cansada, como se o peso do mundo estivesse em suas escamosas costas. Suas longas asas vermelhas estavam abertas, em sinal de alerta. Os olhos de réptil demonstravam um sofrimento tão profundo que qualquer um que os olhasse por muito tempo, poderia sentir a dor também.

A caminhada era lenta, já não havia pressa. Havia perdido tudo… Uma raça inteira havia sumido, desaparecido em um bater rápido de asas. Como podiam ter feito aquilo? Os humanos foram responsáveis por aquela extinção.

O vivido e cansado dragão chegou na caverna onde estava se abrigando, no topo de uma gelada colina. Havia um tempo em que sua espécie dominava os céus e a harmonia estava sempre presente. Sua sabedoria era grande conselheira de grandes reinos. Mas essa parte da história se tornara pó, que voou com a brisa leve da manhã. Agora teria que viver escondido, caso quisesse sobreviver.

Como suas costas e seu corpo muito calejado de batalhas travadas doíam, deitou-se nas profundezas de seu lugar de descanso. Caiu em um sono profundo onde a glória dos velhos tempos imperava, podia estender suas asas e voar pela imensidão.

Acordou assustado quando ouviu passos entrando na caverna, só podiam ser caçadores. Eles carregaram tochas e espadas tão afiadas que cortariam até um fio de cabelo. Posicionou-se rapidamente em posição de ataque e rugiu ferozmente para tentar afugentá-los, mas isso não os amedrontou.

Um por um começaram a atacar, eram tantos que nem conseguiu contar. O dragão cuspiu fogo ao seu redor, aquelas armaduras eram tão fortes que só ficaram um pouco chamuscadas. Conseguiu jogar uns três para trás com sua cauda, mas isso não era o suficiente. Ele recuou, tentando encontrar alguma saída. Não poderia acabar tudo ali, uma tradição, uma espécie tão harmoniosa. Os caçadores iam se aproximando lentamente quando uma última esperança surgiu: uma maga de cabelos ruivos presos num rabo de cavalo gracioso. Ao perceberem a presença dela, partiram para o ataque, enquanto o dragão tentava se desvincilhar de alguns que o haviam encurralado. Queria ajudá-la.

Porém, ela não parecia precisar de ajuda pois golpeava seus inimigos fortemente com o cajado que tinha um rubi na ponta e usava a magia ao mesmo tempo que desviava dos ataques. Seu vestido de cetim azul comprido e seus movimentos eram tão leves que pareciam uma dança muito bem coreografada e ensaiada por um bom tempo.

Em pouco tempo, a dama conseguiu nocautear todos os inimigos e andou em direção da criatura mística. Sem medo algum, tocou suas belas asas com suas delicadas e finas mãos. Fechou os olhos e uma ventania percorreu o local, esvoaçando seu cabelo por toda a parte. Bateu seu cajado com força no chão de pedra e uma luz forte saiu do rubi e iluminou toda a caverna.

Em um piscar de olhos, o corpo do dragão começou a brilhar intensamente. A mulher afastou-se um pouco, enquanto sorria. As patas deram lugar a pés, as asas se transformaram em mãos e os olhos de réptil ficaram azuis. Um traje de príncipe foi desenhado em seu corpo e quase não acreditou quando olhou seu reflexo em uma poça provinda de uma estalaquitite.

A maga continuou sorrindo meigamente e o abraçou. Sempre o havia amado, desde o dia em que ele havia salvo sua vida de homens que a queriam fazer mal. Tempo em que era só uma aprendiz de magia e entrou em uma grande confusão. Ainda se lembrava de quando ele apareceu e o sentimento que ficou quando foi embora voando.

– Agora você está livre… – o olhou – Pode viver entre os humanos em paz.

Havia se lembrado dela e um sentimento muito forte passou em seu coração. Beijou-lhe os lábios vermelhos.

E foi assim que a sabedoria e a compaixão passaram a fazer parte das virtudes humanas. Os dragões se extinguiram, mas seu legado ficou para sempre marcado em todas as culturas do mundo. E sobre a maga e o dragão que virou homem? Dizem que eles ainda estão juntos e andam por aí ensinando que por trás da mais temida criatura, há sempre um coração capaz de amar.

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Conto – A Magia

15 quarta-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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Tags

amor, conto, elfos, fadas, história, magia, maldição, reencarnação, sentimentos, texto

Era uma tarde como todas as outras: mesma rotina, mesma casa, mesmo jardim e mesma vida. Mariana suspirou ao entrar pela porta de frente do casarão em que vivia, herança que sua avó havia deixado para sua mãe. Era uma construção bem antiga, passada de geração em geração por séculos.

A menina de dezoito anos entrou e deixou sua mochila pesada no balcão de madeira retangular, dirigiu-se até a geladeira e pegou uma jarra de suco de laranja. No armário do lado, alcançou com dificuldade um copo com desenho de fadas. Enfim, sentou-se em uma das seis cadeiras da mesa redonda de vidro que ficava no centro da cozinha de piso de granito. Enquanto bebia vagarosamente, olhava através da janela à sua frente e podia ver o jardim que tanto amava.

Começou a pensar em sua vida, em como tudo era tão estranho e sem graça. Sempre sentiu uma sensação de algo estar faltando, mas nunca soube o que era para completar o vazio que sentia por dentro. Era como se alguma coisa estivesse adormecida dentro de si mesma. Sempre conseguiu controlar esse sentimento, mas nos últimos dias não conseguia parar de pensar nisso. Já não aguentava mais, as semanas passavam e parecia que nada mudava. Se sentia tão sozinha às vezes…

Após perceber seus rotineiros devaneios e dar seu último gole, lavou a louça suja que estava na pia e foi lá fora observar o céu.

Colocou as mãos no bolso da jaqueta de couro acinzentado que usava por cima de uma blusa de manga comprida roxa. Sempre fazia isso quando estava nervosa ou ansiosa. Um vento leve soprou seus fios de cabelo dourado prendidos em uma trança frouxa.

Fechou os olhos por um tempo para sentir aquele agradável perfume das flores de seu jardim colorido. Quando os abriu, viu um garoto de sua idade encostado em uma árvore que dava entrada na floresta, a estava olhando fixamente. Deu um pulo para trás ao vê-lo e fez menção de sair correndo, mas algo nele a deu uma segurança que nunca havia sentido em toda sua vida, com ninguém.

De repente, ele correu para dentro da mata e como um instinto, ela o seguiu. O garoto corria muito rápido enquanto desviava das árvores que tapavam um pouco a iluminação do Sol. Ofegante, Mariana parou e sentou-se em um tronco de árvore cortado. O que tinha dado nela? Com uma atitude tão estúpida daquela tinha ficado perdida.

Como mágica, o desconhecido apareceu sentado ao seu lado e pegou uma das mãos pequenas e quentes da menina. Quase que instantaneamente ela senti um calor percorrê-la e um sentimento familiar lhe preencheu o peito. Já o havia conhecido de outras vidas… Vários rostos apareceram e se fundiram naquele que a estava mirando. Da última vez, ela havia sido uma bela ninfa que habitava aquela floresta encantada e se apaixonou por ele, um elfo. Uma maldição lhe foi jogada, a obrigando a renascer como humana e os separando para sempre.

Porém, o amor verdadeiro consegue suportar tudo e conseguiram encontrar o caminho de volta um para o outro.

– Você partiu, mas eu nunca lhe esqueci… – disse o jovem elfo tocando o rosto dela e a olhando com afeto.

A beijou carinhosamente, um doce e longo beijo de saudade. Ela percebeu o quanto sentiu falta daquilo, mesmo não lembrando de sua verdadeira história até aquele momento. Era como se uma parte bem grande e importante tivesse sido tirada e nada pudesse substituir. Por isso se sentia tão vazia.

Não queriam largar um do outro, por isso se afastaram e deixaram suas testas coladas. Aquele momento poderia se eternizar ali pois a magia os rodeava, fazendo tudo ser possível. Porém o tempo não para.

Daniel com um sorriso, levantou-se e estendeu-lhe a mão.

– Você vai voltar comigo? – perguntou ansioso.

– Para onde?

– Para o lugar de onde você nunca saiu realmente.

Sem nenhum medo ou pesar, ela aceitou e de mãos dadas foram em busca de um futuro juntos onde nada os separaria de novo, pois havia algo maior ali. Algo que ninguém poderia explicar, nem mesmo a criatura mais mágica da Terra.

E a menina nunca mais se sentiu sozinha…

 

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Bela

Bela

29 anos, engenheira da computação, tenho uma grande paixão pela escrita. Pretendo ser uma grande escritora um dia. Minha vida como escritora começou quando eu tinha 10 anos e já escrevia histórias curtinhas. O sentimento pela escrita é tão grande que virou um grande sonho ser capaz de tocar as pessoas com palavras como grandes escritores e seus livros que tocam em nossos corações.

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Sou uma garota que tem uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Sou tradicional e gosto de escrever no papel para depois digitar, dessa maneira sinto que estou sendo inspirada por grandes escritores do passado, especialmente escrevendo com canetas de pena. Assim, fico mais perto da forma mais autêntica e pura da escrita.

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