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Conto – A Magia

15 quarta-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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amor, conto, elfos, fadas, história, magia, maldição, reencarnação, sentimentos, texto

Era uma tarde como todas as outras: mesma rotina, mesma casa, mesmo jardim e mesma vida. Mariana suspirou ao entrar pela porta de frente do casarão em que vivia, herança que sua avó havia deixado para sua mãe. Era uma construção bem antiga, passada de geração em geração por séculos.

A menina de dezoito anos entrou e deixou sua mochila pesada no balcão de madeira retangular, dirigiu-se até a geladeira e pegou uma jarra de suco de laranja. No armário do lado, alcançou com dificuldade um copo com desenho de fadas. Enfim, sentou-se em uma das seis cadeiras da mesa redonda de vidro que ficava no centro da cozinha de piso de granito. Enquanto bebia vagarosamente, olhava através da janela à sua frente e podia ver o jardim que tanto amava.

Começou a pensar em sua vida, em como tudo era tão estranho e sem graça. Sempre sentiu uma sensação de algo estar faltando, mas nunca soube o que era para completar o vazio que sentia por dentro. Era como se alguma coisa estivesse adormecida dentro de si mesma. Sempre conseguiu controlar esse sentimento, mas nos últimos dias não conseguia parar de pensar nisso. Já não aguentava mais, as semanas passavam e parecia que nada mudava. Se sentia tão sozinha às vezes…

Após perceber seus rotineiros devaneios e dar seu último gole, lavou a louça suja que estava na pia e foi lá fora observar o céu.

Colocou as mãos no bolso da jaqueta de couro acinzentado que usava por cima de uma blusa de manga comprida roxa. Sempre fazia isso quando estava nervosa ou ansiosa. Um vento leve soprou seus fios de cabelo dourado prendidos em uma trança frouxa.

Fechou os olhos por um tempo para sentir aquele agradável perfume das flores de seu jardim colorido. Quando os abriu, viu um garoto de sua idade encostado em uma árvore que dava entrada na floresta, a estava olhando fixamente. Deu um pulo para trás ao vê-lo e fez menção de sair correndo, mas algo nele a deu uma segurança que nunca havia sentido em toda sua vida, com ninguém.

De repente, ele correu para dentro da mata e como um instinto, ela o seguiu. O garoto corria muito rápido enquanto desviava das árvores que tapavam um pouco a iluminação do Sol. Ofegante, Mariana parou e sentou-se em um tronco de árvore cortado. O que tinha dado nela? Com uma atitude tão estúpida daquela tinha ficado perdida.

Como mágica, o desconhecido apareceu sentado ao seu lado e pegou uma das mãos pequenas e quentes da menina. Quase que instantaneamente ela senti um calor percorrê-la e um sentimento familiar lhe preencheu o peito. Já o havia conhecido de outras vidas… Vários rostos apareceram e se fundiram naquele que a estava mirando. Da última vez, ela havia sido uma bela ninfa que habitava aquela floresta encantada e se apaixonou por ele, um elfo. Uma maldição lhe foi jogada, a obrigando a renascer como humana e os separando para sempre.

Porém, o amor verdadeiro consegue suportar tudo e conseguiram encontrar o caminho de volta um para o outro.

– Você partiu, mas eu nunca lhe esqueci… – disse o jovem elfo tocando o rosto dela e a olhando com afeto.

A beijou carinhosamente, um doce e longo beijo de saudade. Ela percebeu o quanto sentiu falta daquilo, mesmo não lembrando de sua verdadeira história até aquele momento. Era como se uma parte bem grande e importante tivesse sido tirada e nada pudesse substituir. Por isso se sentia tão vazia.

Não queriam largar um do outro, por isso se afastaram e deixaram suas testas coladas. Aquele momento poderia se eternizar ali pois a magia os rodeava, fazendo tudo ser possível. Porém o tempo não para.

Daniel com um sorriso, levantou-se e estendeu-lhe a mão.

– Você vai voltar comigo? – perguntou ansioso.

– Para onde?

– Para o lugar de onde você nunca saiu realmente.

Sem nenhum medo ou pesar, ela aceitou e de mãos dadas foram em busca de um futuro juntos onde nada os separaria de novo, pois havia algo maior ali. Algo que ninguém poderia explicar, nem mesmo a criatura mais mágica da Terra.

E a menina nunca mais se sentiu sozinha…

 

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Conto – O Renascimento

14 terça-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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amor, conto, fadas, magia, pureza, sentimentos, texto

Era uma manhã ensolarada, com poucas nuvens no céu e um clima bastante seco. Estava um dia perfeito para fazer uma pequena caminhada no parque ou um piquenique.

Uma toalha branca e vermelha jazia de modo desarrumado na grama seca e recém cortada, à beira de um pequeno rio que cruzava o parque do Ibirapuera. Algumas árvores com seus grandes galhos de folhas amareladas projetavam uma sombra no pano onde estava uma cesta de piquenique e dois jovens deitados.

A menina vestia um vestido que ia até o joelho e ela possuía os olhos mais brilhantes que alguém já poderia ter visto. Apesar de seu cabelo marrom longo e liso estar cobrindo parte de seu rosto, podia-se ver covinhas nas bochechas à medida que sorria verdadeiramente para o garoto ao seu lado.

O menino possuía olhos amendoados que demonstravam todo o carinho e amor que queria transmitir para ela. Seus braços fortes e grandes estavam ao redor da garota, como se a quisesse proteger.

Os dois conversavam animadamente e hora em outra ficavam em silêncio, só sentindo a respiração um do outro. Estavam em uma parte menos movimentada do parque, onde poucas pessoas gostavam de ir. Sem dúvida também era a mais bela… Havia muitos patos e cisnes nadando alegremente pelo rio, assim como borboletas de diversos tipos, cores e tamanhos fazendo majestosos voos entre as flores que cobriam o gramado ao redor dos adolescentes.

Laura estava quase caindo no sono quando viu um ponto de luz amarela brilhando fortemente ao longe. Sentou-se com os joelhos dobrados e coçou o olho para certificar-se que não estava vendo coisas, mas reparou que o brilho continuava lá e se aproximava lentamente.

As flores começaram a reluzir fortemente, uma por uma, como se várias velas fossem acendidas em efeito dominó. Mário notou algo estranho ao abrir os olhos e ficou mais surpreendido que sua namorada ao ver aquele espetáculo colorido de luzes. Era tão majestoso que não podiam nem pensar em piscar pois poderiam perder cada detalhe fabuloso.

De repente, um som doce e suave de flauta ecoou no ar e as luzes flutuavam gentilmente sob as plantas. Pouco a pouco, foram tomando forma: pareciam mulheres bem pequenas com orelhas pontudas e lindas asas que lembravam a textura e a leveza da seda. As roupas pareciam serem feitas de pétalas das mais belas e vivas flores de jasmim.

Era tudo tão surreal e fascinante que parecia um belo sonho, mas tinham certeza que não estavam dormindo. Aquelas criaturas… Podiam ser fadas?

Uma delas aproximou-se da menina e tocou-lhe a face com suas pequeninas mãos cheias de pólen. Laura estremeceu um pouco e pegou a mão de seu namorado.

A criatura fez um símbolo de volta para suas amigas e logo elas estavam ao seu lado, brilhando intensamente, como o Sol.

– Nada temam. – uma delas começou, tentando tranquilizá-los. – Somos fadas, criaturas da natureza. E estávamos a espera de vocês. – Sorriu.

Os dois se entreolharam, confusos.

– Há muito tempo estávamos todos adormecidas os esperando. Somos protetoras do amor. – outra fada de cabelos douradas longos falou. – O amor de vocês que nós despertou de nosso sono.

– Desde que nasceram, seus caminhos foram feitos para se cruzar. – disse um elfo que chegou voando de cima de uma árvore, com uma flauta nas mãos.

– Mas… Como nosso amor pode ser tão forte assim? Como sabiam que viríamos aqui? – perguntou Mário, um pouco apreensivo.

– Porque estava escrito… – sussurrou outra criatura de cabelos rosados.

Uma música começou a ser tocada e todas as fadas dançavam e cantavam ao redor do casal, enquanto o perfume de jasmim se espalhava pelo ar. Laura ficou tão admirada que levantou-se e puxou o garoto para lhe acompanhar no ritmo doce e animado da dança. Os dois sorriam, se divertiam e quando se olhavam, os olhos transbordavam amor.

Não era o ritmo que os unia, mas sim dois corações batendo em um mesmo compasso.

E dizem que ao pôr do sol, as fadas se transformam em estrelas para sempre proteger o amor verdadeiro e puro… O que existia e sempre ia existir entre Mário e Laura.

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Bela

Bela

29 anos, engenheira da computação, tenho uma grande paixão pela escrita. Pretendo ser uma grande escritora um dia. Minha vida como escritora começou quando eu tinha 10 anos e já escrevia histórias curtinhas. O sentimento pela escrita é tão grande que virou um grande sonho ser capaz de tocar as pessoas com palavras como grandes escritores e seus livros que tocam em nossos corações.

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Sou uma garota que tem uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Sou tradicional e gosto de escrever no papel para depois digitar, dessa maneira sinto que estou sendo inspirada por grandes escritores do passado, especialmente escrevendo com canetas de pena. Assim, fico mais perto da forma mais autêntica e pura da escrita.

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