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Conto – Dragões & Eternidade

20 domingo jan 2013

Posted by Bela in Amor, Contos, Dragões, Escritor, Histórias, Liberdade, Magia, Textos

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amor, conto, destino, dragões, escrever, escritora, esperança, eternidade, história, liberdade, magia, pureza, reencarnação, reflexão, sentimentos, sonhos, tempo, vida

Havia uma garota que era fissurada por dragões.

Desde pequena, queria ter tudo que envolvesse dragões, desde relógios até bichinhos de pelúcia. Seus pais achavam esse gosto um tanto inusitado, será que não poderiam ter uma filha que gostasse de algo normal? Como barbies ou bonecas?

Com o passar do tempo, ela foi crescendo até se tornar uma moça de cabelos castanho encaracolados que iam até a cintura, como as grandes damas medievais usavam. Possuía olhos cor de chocolate penetrantes. Seu gosto por dragões não havia mudado, usava um colar prateado na forma da criatura, o viu em uma feira e comprado na hora. Se sentia conectada de alguma maneira com aquela forma de vida que talvez nem tivesse existido.

Tinha acabado a faculdade de paleontologia e já havia participado de várias escavações em sítios arqueológicos. Adorava o que fazia: encontrar fósseis ou objeto esquecidos pelo tempo e levar à grandes museus onde poderiam ser vistos por milhares de pessoas.

Talvez o destino ou alguma outra força maior a levou para aquele lugar, naquela hora. Teria que estar ali e a vida só deu um jeito de fazer acontecer. A haviam chamado para um sítio recém-descoberto, onde ossos ainda não identificados jaziam enterrados pelas areias implacáveis do tempo. Com muito gosto aceitou o convite e lá estava Marina, indo para as grandes montanhas do leste de sua cidade natal, um lugar pouco tocado pelo homem e que escondia segredos.

A paisagem era magnífica, disso não tinha dúvidas. O pôr do Sol iluminava a cadeia de montanhas de variados tamanhos, flores selvagens dominavam a visão encobrindo o vasto terreno verde. Tinha certeza que a era uma das poucas pessoas que haviam presenciado tamanha beleza da natureza e sentia como se já tivesse ido ali, um calafrio lhe percorreu a espinha.

As escavações só começaram pra valer no outro dia e Marina não sabia porque ficara tão inquieta a noite toda.

A equipe toda trabalhava no mesmo lugar, haviam encontrado um fóssil bem grande e estavam dispostos a desenterrá-lo totalmente o mais rápido possível. Apenas no final da tarde – com o Sol quente se pondo – conseguiram montar todas as peças do enorme “quebra-cabeças”. A garota não conseguiu evitar a surpresa ao ver a criatura com a qual sonhava todas as noites, aquela que fazia sua imaginação criar asas, se tornar realidade. Estava diante de um fóssil de dragão.

Com as mãos frias, trêmulas e sujas de terra tocou o crânio. E como mágica, suas pupilas se dilataram como as de um réptil e uma luz verde começou a emanar fracamente do lugar onde havia tocado e ficando mais intensa a medida que percorria todos os ossos daquela criatura que havia morrido há muito tempo. Uma imagem começou a tomar forma, um majestoso dragão vermelho de olhos pretos, focinho protuberante, asas com listas brancas e envergadura de dois metros se abriram. As escamas brilhavam como se fossem feitas de pequenas e valiosas pedras de rubi. O tempo havia parado totalmente.

– Estava esperando por você. – uma voz grave vinda do dragão ressoou. – Pode não se lembrar, mas já nos conhecemos antes. Sei que bem lá no fundo da sua mente, alguma memória de mim guarda.

Para ela, agora as coisas começavam a fazer sentido. Por isso sempre teve uma grande fixação com dragões, era como se sentisse em cada músculo de seu corpo que eles realmente eram reais e não apenas ilusões de várias civilizações.

– Você está destinada a grandes coisas, grandes feitos. Sempre acreditei em você, Maar.

Aquele nome havia puxado algum fio dentro de si porque lembrou-se de como voavam juntos por aquelas montanhas há muitos anos. Com a raça dos dragões quase extinta pelos homens, os dois permaneceram juntos, ajudando um ao outro.  Sobrevivendo a qualquer custo. Com magia, eram humanos de dia. Passaram algum tempo assim, até que caçadores encurralaram e mataram Miir. A garota não pode fazer nada, apenas chorar enquanto seu parceiro era morto. Com o restante de força que ainda restava, o dragão lançou um feitiço que em um futuro próximo os dois iriam se encontrar de novo.

– Você me esperou por todo esse tempo, Miir?

– Esperaria toda a eternidade para te ver de novo. – havia lhe dado um sorriso.

Não era apenas coincidência Marina ter se tornado paleontóloga. O destino tinha sua própria maneira de fazer as coisas, era como um novelo de lã que ia se desenrolando aos poucos.

A gigante criatura transformou-se em um rapaz de dezenove anos com cabelo castanho com uma mecha loira do lado direito e olhos amendoados. Seu sorriso emanava tanta paz e tranquilidade que a garota só queria o abraçar e dizer o quanto sentiu a sua falta.

– Eu te amo mais que tudo, minha estrela. Ainda vamos nos encontrar…

A imagem foi desaparecendo e ela ficou apenas com as memórias.

O tempo voltou a correr e ninguém havia notado aquele estranho acontecimento. O  momento passado tinha sido de Miir e Maar e apenas deles.

A descoberta de um fóssil de dragão fez a ciência rever seus conceitos sobre criaturas místicas e uma buscar por elas começou a ser feita e por incrível que pareça, muitos fósseis foram encontrados.

Marina escreveu um livro sobre dragões, um romance de aventuras e incentivou várias crianças a sonharem e buscarem aquilo que elas acreditavam, por mais impossível que pareça.

Sobre Miir e Maar? Os dois realmente voltaram a se encontrar em outra vida, na faculdade e com nomes diferentes. Apesar de terem esquecido do passado, seus corações continuavam unidos em um amor mútuo que era capaz de quebrar as barreiras do tempo.

Quando o amor é puro, ele é eterno e estamos destinados a sempre encontrá-lo de novo em vidas diferentes, mas com a mesma intensidade da primeira vez.

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Conto – A Magia

15 quarta-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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Tags

amor, conto, elfos, fadas, história, magia, maldição, reencarnação, sentimentos, texto

Era uma tarde como todas as outras: mesma rotina, mesma casa, mesmo jardim e mesma vida. Mariana suspirou ao entrar pela porta de frente do casarão em que vivia, herança que sua avó havia deixado para sua mãe. Era uma construção bem antiga, passada de geração em geração por séculos.

A menina de dezoito anos entrou e deixou sua mochila pesada no balcão de madeira retangular, dirigiu-se até a geladeira e pegou uma jarra de suco de laranja. No armário do lado, alcançou com dificuldade um copo com desenho de fadas. Enfim, sentou-se em uma das seis cadeiras da mesa redonda de vidro que ficava no centro da cozinha de piso de granito. Enquanto bebia vagarosamente, olhava através da janela à sua frente e podia ver o jardim que tanto amava.

Começou a pensar em sua vida, em como tudo era tão estranho e sem graça. Sempre sentiu uma sensação de algo estar faltando, mas nunca soube o que era para completar o vazio que sentia por dentro. Era como se alguma coisa estivesse adormecida dentro de si mesma. Sempre conseguiu controlar esse sentimento, mas nos últimos dias não conseguia parar de pensar nisso. Já não aguentava mais, as semanas passavam e parecia que nada mudava. Se sentia tão sozinha às vezes…

Após perceber seus rotineiros devaneios e dar seu último gole, lavou a louça suja que estava na pia e foi lá fora observar o céu.

Colocou as mãos no bolso da jaqueta de couro acinzentado que usava por cima de uma blusa de manga comprida roxa. Sempre fazia isso quando estava nervosa ou ansiosa. Um vento leve soprou seus fios de cabelo dourado prendidos em uma trança frouxa.

Fechou os olhos por um tempo para sentir aquele agradável perfume das flores de seu jardim colorido. Quando os abriu, viu um garoto de sua idade encostado em uma árvore que dava entrada na floresta, a estava olhando fixamente. Deu um pulo para trás ao vê-lo e fez menção de sair correndo, mas algo nele a deu uma segurança que nunca havia sentido em toda sua vida, com ninguém.

De repente, ele correu para dentro da mata e como um instinto, ela o seguiu. O garoto corria muito rápido enquanto desviava das árvores que tapavam um pouco a iluminação do Sol. Ofegante, Mariana parou e sentou-se em um tronco de árvore cortado. O que tinha dado nela? Com uma atitude tão estúpida daquela tinha ficado perdida.

Como mágica, o desconhecido apareceu sentado ao seu lado e pegou uma das mãos pequenas e quentes da menina. Quase que instantaneamente ela senti um calor percorrê-la e um sentimento familiar lhe preencheu o peito. Já o havia conhecido de outras vidas… Vários rostos apareceram e se fundiram naquele que a estava mirando. Da última vez, ela havia sido uma bela ninfa que habitava aquela floresta encantada e se apaixonou por ele, um elfo. Uma maldição lhe foi jogada, a obrigando a renascer como humana e os separando para sempre.

Porém, o amor verdadeiro consegue suportar tudo e conseguiram encontrar o caminho de volta um para o outro.

– Você partiu, mas eu nunca lhe esqueci… – disse o jovem elfo tocando o rosto dela e a olhando com afeto.

A beijou carinhosamente, um doce e longo beijo de saudade. Ela percebeu o quanto sentiu falta daquilo, mesmo não lembrando de sua verdadeira história até aquele momento. Era como se uma parte bem grande e importante tivesse sido tirada e nada pudesse substituir. Por isso se sentia tão vazia.

Não queriam largar um do outro, por isso se afastaram e deixaram suas testas coladas. Aquele momento poderia se eternizar ali pois a magia os rodeava, fazendo tudo ser possível. Porém o tempo não para.

Daniel com um sorriso, levantou-se e estendeu-lhe a mão.

– Você vai voltar comigo? – perguntou ansioso.

– Para onde?

– Para o lugar de onde você nunca saiu realmente.

Sem nenhum medo ou pesar, ela aceitou e de mãos dadas foram em busca de um futuro juntos onde nada os separaria de novo, pois havia algo maior ali. Algo que ninguém poderia explicar, nem mesmo a criatura mais mágica da Terra.

E a menina nunca mais se sentiu sozinha…

 

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Bela

Bela

29 anos, engenheira da computação, tenho uma grande paixão pela escrita. Pretendo ser uma grande escritora um dia. Minha vida como escritora começou quando eu tinha 10 anos e já escrevia histórias curtinhas. O sentimento pela escrita é tão grande que virou um grande sonho ser capaz de tocar as pessoas com palavras como grandes escritores e seus livros que tocam em nossos corações.

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Sou uma garota que tem uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Sou tradicional e gosto de escrever no papel para depois digitar, dessa maneira sinto que estou sendo inspirada por grandes escritores do passado, especialmente escrevendo com canetas de pena. Assim, fico mais perto da forma mais autêntica e pura da escrita.

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