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Conto – Liberdade

13 quinta-feira dez 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Liberdade, Magia, Textos

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anjos, asas, céu, conto, dente-de-leão, escritora, histórias, liberdade, magia, natureza, reflexão, texto

E lá estava ela, seus pés pisavam a grama verde do lindo jardim de uma casa abandonada de dois andares, no alto de uma pequena planície afastada da cidade. Flores de várias espécies cresciam desordenamente no gramado cheio de dentes-de-leão. Era a planta que mais gostava…

A garota aparentava ter uns dezenove anos, olhos cor de mel que se assemelhavam ao mel colhido das abelhas, usava um vestido branco de alcinhas que ia até os joelhos. Era tão leve que flutuava com o vento, assim como seu cabelo liso marrom cheio de mechas que ia até metade das costas.

Sentou-se preguiçosamente no tapete natural, olhou ao redor e pegou um dente-de-leão. O observou por algum tempo, fechou os olhos e o soprou levemente, como se estivesse apagando uma vela. As folhas voaram em círculos indo para longe e cada vez mais alto. Abriu os olhos e deu um grande sorriso.

Seu rosto angelical estava voltado para o céu, tentando descobrir formas e desenhos nas macias nuvens que se movimentavam lentamente naquela manhã ensolarada e morna de Primavera. Riu ao ver pássaros voando e piando, pareciam cantarolar uma maravilhosa e harmoniosa melodia que só ela podia ouvir.

A menina levantou-se enquanto inalava o cheio da garoa que poderia estar vindo, misturado com as flores selvagens daquele campo. Abriu bem os braços e começou a dar giros, tentando se lembrar de uma música que já teria escutado em um lugar muito bonito. Seu riso preenchia o ar com tamanha pureza e alegria que alguns animais se atreveram a chegar um pouco mais perto do espetáculo. Passarinhos, empolgados, a rodeavam. Seus pés pareciam flutuar à medida que dava passos graciosos e leves.

Se sentia livre… Como jamais estivera…

Enquanto rodopiava, sentiu suas asas felpudas se abrirem num rápido movimento. Um anjo… Ou melhor, uma anja. Um pesar enorme lhe recaiu quando lembrou-se de onde tinha vindo. Olhou para o céu mais uma vez. Nunca o havia visto tão de perto, parecia até uma ilusão estar parada ali, em meio a natureza. Normalmente, era proibida de descer ao mundo. Apreciava cada momento e não se arrependia de ter desrespeitado regras.

O olhar pesado deixou-lhe e uma calmaria muito forte a invadiu. Queria ser livre e havia conseguido! Começou a andar vagarosamente, sem ritmo definido, mas com a esperança de um novo futuro.

Dizem que ela foi a primeira anja que caiu do céu porque queria viver.

Estava livre… Assim como as folhas do dente-de-leão que dançariam uma eterna dança na brisa suave.

Havia esperança.

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Conto – A Garota das Nuvens

21 terça-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Liberdade, Magia, Textos

≈ 2 Comentários

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amor, asas, conto, esperança, garota, história, liberdade, nuvens, sentimentos, sonhos, texto, vida, voar

Era uma vez uma garota que nasceu de pequenos brilhos de luz das estrelas mais brilhantes do Universo, esses pedacinhos foram se juntando em cima das nuvens macias e peroladas que rodeavam a Terra em uma dança eterna. Dizem que esse acontecimento só ocorria em raras ocasiões e era muito peculiar.

As nuvens eram suas únicas amigas, gostava de brincar com elas e seu maior passatempo era moldá-las em desenhos de criaturas que observava de sua vista privilegiada. Fazia isso todos os dias e com o passar do tempo, queria mais e mais estar vivendo lá embaixo. Observava as pessoas e ficava extremamente intrigada, o que eram esses sentimentos tanto sentidos pelos humanos? Será que poderia sentí-los também? Se sentia muito sozinha…

Se pudesse descer, gostaria muito de ver o mar de perto. Sempre sentiu a brisa suave e salgada vinda daquelas águas tão agitadas e tão misteriosas. Poderia nadar nele e sentir toda a liberdade que ansiava tanto.

Devia ter coragem para realizar o salto que distanciava seu mundo do mundo real e tangível de suas observações. Mas tinha tanto medo… Medo de não ser como esperava e se decepcionar com seu sonho.

Um dia, de alguma maneira, a bravura preencheu seu peito e sabia exatamente o que tinha que fazer. Despediu-se de todas as suas companheiras de horas solitárias e pulou. A tarde estava chuvosa porque as nuvens choravam a perda de sua amiga.

A menina foi caindo… Caindo… Mas não sentia medo pois sabia que algo muito bom a estava esperando. Seu cabelo começou a brilhar fortemente da raíz até as pontas, de suas costas duas lindas e grandes asas saíram, começou a planar na imensidão azul do céu. Finalmente, seus pés encostaram na areia fria e molhada. O vento forte jogou seu cabelo para trás, as penas brancas de suas maravilhosas asas foram levadas pelo vendaval. Próximo dali, um rapaz assistia tudo sem palavras.

Melanie fechou seus orbes verdes, a chuva fina e gélida lavava seu corpo, suas roupas e sua alma. Finalmente tinha encontrado a liberdade que tanto sonhava em obter. Durante toda sua existência, era como se tivesse visto de uma janela a vida passar e não pudesse fazer nada para evitar. Sorriu, abriu os olhos e começou a dançar pela praia, enquanto o garoto se aproximava, lentamente.

O vazio tinha ido embora.

Muitas pessoas têm medo de irem atrás de seus sonhos, seja pelos pais não gostarem ou somente pelo simples fato de não saber se irá ser como o esperado. Muitos não vivem intensamente a vida. Por isso, viva cada instante, corra atrás de seus sonhos e não deixe ninguém, nunca, dizer que não é possível. Uma coisa só é impossível se você acreditar que é. Não imponha barreiras, as pule e verá como a vida pode ser bela e maravilhosa, se você apenas a der uma chance.

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Conto – O Último Dragão

16 quinta-feira ago 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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asas, conto, dragões, magia, mitologia, sentimentos, voar

O céu estava negro e nenhuma nuvem podia ser vista, a terra estava coberta por uma grossa camada de uma pálida neve. Nenhum barulho ecoava no ar, o silêncio predominava.

Uma grande criatura fazia profundas pegadas no gelo que parecia mais frio aquele ano. Sua respiração era forte, mas ao mesmo tempo cansada, como se o peso do mundo estivesse em suas escamosas costas. Suas longas asas vermelhas estavam abertas, em sinal de alerta. Os olhos de réptil demonstravam um sofrimento tão profundo que qualquer um que os olhasse por muito tempo, poderia sentir a dor também.

A caminhada era lenta, já não havia pressa. Havia perdido tudo… Uma raça inteira havia sumido, desaparecido em um bater rápido de asas. Como podiam ter feito aquilo? Os humanos foram responsáveis por aquela extinção.

O vivido e cansado dragão chegou na caverna onde estava se abrigando, no topo de uma gelada colina. Havia um tempo em que sua espécie dominava os céus e a harmonia estava sempre presente. Sua sabedoria era grande conselheira de grandes reinos. Mas essa parte da história se tornara pó, que voou com a brisa leve da manhã. Agora teria que viver escondido, caso quisesse sobreviver.

Como suas costas e seu corpo muito calejado de batalhas travadas doíam, deitou-se nas profundezas de seu lugar de descanso. Caiu em um sono profundo onde a glória dos velhos tempos imperava, podia estender suas asas e voar pela imensidão.

Acordou assustado quando ouviu passos entrando na caverna, só podiam ser caçadores. Eles carregaram tochas e espadas tão afiadas que cortariam até um fio de cabelo. Posicionou-se rapidamente em posição de ataque e rugiu ferozmente para tentar afugentá-los, mas isso não os amedrontou.

Um por um começaram a atacar, eram tantos que nem conseguiu contar. O dragão cuspiu fogo ao seu redor, aquelas armaduras eram tão fortes que só ficaram um pouco chamuscadas. Conseguiu jogar uns três para trás com sua cauda, mas isso não era o suficiente. Ele recuou, tentando encontrar alguma saída. Não poderia acabar tudo ali, uma tradição, uma espécie tão harmoniosa. Os caçadores iam se aproximando lentamente quando uma última esperança surgiu: uma maga de cabelos ruivos presos num rabo de cavalo gracioso. Ao perceberem a presença dela, partiram para o ataque, enquanto o dragão tentava se desvincilhar de alguns que o haviam encurralado. Queria ajudá-la.

Porém, ela não parecia precisar de ajuda pois golpeava seus inimigos fortemente com o cajado que tinha um rubi na ponta e usava a magia ao mesmo tempo que desviava dos ataques. Seu vestido de cetim azul comprido e seus movimentos eram tão leves que pareciam uma dança muito bem coreografada e ensaiada por um bom tempo.

Em pouco tempo, a dama conseguiu nocautear todos os inimigos e andou em direção da criatura mística. Sem medo algum, tocou suas belas asas com suas delicadas e finas mãos. Fechou os olhos e uma ventania percorreu o local, esvoaçando seu cabelo por toda a parte. Bateu seu cajado com força no chão de pedra e uma luz forte saiu do rubi e iluminou toda a caverna.

Em um piscar de olhos, o corpo do dragão começou a brilhar intensamente. A mulher afastou-se um pouco, enquanto sorria. As patas deram lugar a pés, as asas se transformaram em mãos e os olhos de réptil ficaram azuis. Um traje de príncipe foi desenhado em seu corpo e quase não acreditou quando olhou seu reflexo em uma poça provinda de uma estalaquitite.

A maga continuou sorrindo meigamente e o abraçou. Sempre o havia amado, desde o dia em que ele havia salvo sua vida de homens que a queriam fazer mal. Tempo em que era só uma aprendiz de magia e entrou em uma grande confusão. Ainda se lembrava de quando ele apareceu e o sentimento que ficou quando foi embora voando.

– Agora você está livre… – o olhou – Pode viver entre os humanos em paz.

Havia se lembrado dela e um sentimento muito forte passou em seu coração. Beijou-lhe os lábios vermelhos.

E foi assim que a sabedoria e a compaixão passaram a fazer parte das virtudes humanas. Os dragões se extinguiram, mas seu legado ficou para sempre marcado em todas as culturas do mundo. E sobre a maga e o dragão que virou homem? Dizem que eles ainda estão juntos e andam por aí ensinando que por trás da mais temida criatura, há sempre um coração capaz de amar.

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Bela

Bela

29 anos, engenheira da computação, tenho uma grande paixão pela escrita. Pretendo ser uma grande escritora um dia. Minha vida como escritora começou quando eu tinha 10 anos e já escrevia histórias curtinhas. O sentimento pela escrita é tão grande que virou um grande sonho ser capaz de tocar as pessoas com palavras como grandes escritores e seus livros que tocam em nossos corações.

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Sou uma garota que tem uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Sou tradicional e gosto de escrever no papel para depois digitar, dessa maneira sinto que estou sendo inspirada por grandes escritores do passado, especialmente escrevendo com canetas de pena. Assim, fico mais perto da forma mais autêntica e pura da escrita.

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