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Conto – O Escritor e a Caneta de Pena

09 domingo dez 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Liberdade, Magia, Textos, Uncategorized

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caderno, conto, escrever, escritora, escritores, história, reflexão, sentimentos, sonhos, tempo, texto, vida

A noite estava caindo pesadamente e rapidamente na cidade de grandes edifícios e largas avenidas. A agitação do dia aos poucos ia cessando, dando lugar a um silêncio calmo.

Em um pequeno quarto de um prédio na parte norte da cidade, um menino estava olhando a cidade pela janela. A cortina branca fazia contraste com o papel de parede beje do luxuoso aposento. Encostado na parede, lá estava ele. Observando as luzes que se acendiam e apagavam em várias cores vibrantes e diferentes. Seu semblante tenso aos poucos ia relaxando ao olhar as grandes e poderosas torres da Avenida Paulista. Era engraçado que ninguém as dava valor de dia por serem tão frias e sem vida, mas a noite… Pareciam dançar com as luzes que iluminavam toda a cidade.

Era bem ali naquele lugar que o garoto encontrava a paz, adorava fazer observações noturnas. Fechou os olhos por um breve instante e imaginou quantas histórias poderiam estar acontecendo ao mesmo tempo, quantos personagens, quantas aventuras!

Inspirado por esse pensamento, olhou uma última vez para sua magnífica vista, percorreu seu quarto até uma gaveta ao lado de sua escrivaninha de madeira maciça onde o seu laptop repousava, assim como livros de todos os tamanhos e gostos. Abriu-a e pegou uma caixinha de plástico onde havia sua caneta favorita e um caderno de duzentas folhas com a capa da cor de seus olhos: verde.

Com pressa, saiu de seu recinto, passou por um corredor estreito e seguiu direto para a varanda, logo depois da sala. A paisagem era simplesmente sensacional, podia ver a cidade de todos os ângulo e jeitos. O menino sentou-se em um cadeira acolchoada, deixando seus objetos em cima da mesa redonda de vidro com detalhes de arcos de metal em sua borda.

Sentiu a brisa leve e refrescante da noite se espalhar, tocar levemente seu nariz e encher seus pulmões. Tirou seu tênis preto e colocou seus pés apoiados na outra cadeira que estava do outro lado da mesa.

Quando se sentiu confortável, tirou seu objeto de escrita de dentro da caixa. Não era apenas uma caneta e sim um caneta tinteiro de pena dourada grafada com seu nome, um artigo muito belo. Deslizou-a em suas mãos suavemente, abriu o caderno e começou a escrever. Logo, a tinta azul preenchia as linhas, páginas com letras, palavras, parágrafos de histórias fantásticas e incríveis.

Não sabia se haviam passado minutos ou hora, o que mais lhe importava naquele momento era escrever tudo o que sua imaginação criava. Para ele, aquele tempo era precioso demais. A escrita parecia querer sair da página à medida que ficava mais vívida, sua mão escrevia sem descanso e sua mente turbilhoava de novas ideias.

Escreveu mais algumas frases e por fim deixou seu instrumento mais precioso descansar ao lado do papel. Sua visão foi direto para a cidade. Ainda tinha muitas coisas para escrever. Viu o quanto havia escrito apenas naquele instante: quinze folhas sem parar. Deu um pequeno sorriso satisfeito e se contentou em apreciar a vista por mais algum tempo.

E foi assim que um grande escritor nasceu.

Dizem que quando escrevemos com canetas de pena, estamos mais perto de grandes escritores antigos e de certa forma, ficamos mais inspirados por causa disso.

Dizem também que devemos tomar cuidado para nossos personagens não saírem pulando das páginas, direto para a vida real, porque isso iria gerar muita confusão!

Escrever é uma inspiração e uma libertação.

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Conto – A Rainha das Borboletas

27 quarta-feira jun 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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amor, borboletas, conto, escrever, escritores, história, sentimentos, texto

Borboletas… Voando… Um sonho… Uma garota. Risadas.

Felipe acordou com um susto, estava suando e havia derrubado todas as cobertas no chão. Colocou as duas mãos na cabeça e pensou em como aquele sonho parecia ter sido real, já o havia tido tantas vezes… Talvez fosse por isso.

Levantou da cama, a arrumou, colocou os chinelos e foi para o banheiro. Morava sozinho em um apartamento no centro da cidade, onde ficava perto da faculdade e do emprego.

Olhou-se no espelho e percebeu algumas olheiras em volta dos seus olhos castanho-amendoados, fazia algumas noites que não dormia muito bem. Tinha esse mesmo sonho toda noite. Tinha que significar alguma coisa para se repetir tanto, não é?

Pegou o pente em cima da pia de porcenalato, penteou seu cabelo marrom escuro, escovou os dentes, trocou de roupa e retornou ao quarto para pegar a mochila e ir para a aula. Feito isso, certificou-se que tudo estava apagado e saiu do apartamento.

Seguiu rumo ao seu destino e encontrou alguns amigos que já estavam na sala, esperando a aula começar. Antes do professor entrar na sala, tateou o bolso na procura de seu celular e ao achá-lo, mandou uma mensagem.

Como a aula foi um tanto interessante, o tempo passou voando e o intervalo logo chegou. Felipe decidiu ir ao jardim que ficava no pátio, sempre ia lá para pensar um pouco e refrescar a mente. Quando ia se aproximando, viu que uma garota estava sentada no banco de madeira que costumava sentar.

Ela tinha cabelo marrom, não conseguia ver seus olhos porque o cabelo estava tampando. Sua mochila estava caída na grama verdinha e molhada por ter chovido recentemente.

Não queria assustá-la, por isso decidiu não sentar ao lado dela, mas tentar conversar primeiro.

– Oi. – disse simplesmente e a menina levantou a cabeça.

Seus olhos eram amendoados.

– Oi. – respondeu e enrubesceu.

– Posso sentar do seu lado? – perguntou, ficando um pouco nervoso.

– Desculpe, esse é o seu lugar? – ficou meio sem jeito e fez menção de pegar suas coisas e sair.

– Não não! Pode ficar, eu gosto de ter companhia.

Ambos sorriram.

– Qual o seu nome? – ele perguntou.

– Ana. – ela respondeu sorrindo e aquele sorriso o fez sentir como se já a conhecesse. – E o seu?

– Felipe.

De repente, uma borboleta vermelha e azul começou a voar ao redor deles e pousou no cabelo da menina. Outras borboletas apareceram e ficaram fazendo uma espécie de dança. O garoto imediatamente lembrou do seu sonho e sentiu uma grande sensação de deja vu.

– Acho que as borboletas gostam de mim. – ela deu risada. – Elas sempre me acompanham quando estou voltando para casa.

Aquela risada… Ela realmente era a garota com quem tinha sonhado. Seu sonho tinha passado para a realidade e ainda não estava acreditando.

– Você deve ser a rainha das borboletas.

Ela parou de rir e o encarou.

– Espera… Você disse rainha das borboletas?

– Sim, por que?

– Seria loucura dizer pra você que eu já o conhecia dos meus sonhos?

Os olhos dele brilharam.

– Não… – Felipe pegou em suas mãos frias. – Porque eu também já a conhecia.

Os dois abriram um grande sorriso. Duas borboletas pousaram nas mãos deles.

Dizem que as borboletas são um símbolo de liberdade, transformações e novas etapas. Ana nunca havia se sentido tão livre como se sentia com ele naquele momento.

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Conto – O Escritor das Ruas

27 quarta-feira jun 2012

Posted by Bela in Contos, Escritor, Histórias, Textos

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conto, escrever, escritores, história, ruas, texto

Seu nome era Monique Russo, tinha os olhos mais azuis que o mar em calmaria, tinha uma estatura mediana e trabalhava como secretária em um grande escritório no centro da capital de São Paulo. Não era o emprego dos sonhos, mas a ajudava a pagar o curso de Direito que fazia a noite.

Andava com pressa pela calçada da avenida movimentada, tentava não esbarrar em ninguém enquanto carregava sua bolsa e seus livros pesados da faculdade. Estava muito atrasada, o despertador não tinha tocado e por isso acordou meia hora depois. Prometeu a si mesma que iria comprar um outro na hora do almoço.

Por mais que estivesse com pressa, algo a chamou a atenção. Parou de andar.

Era um mendigo que estava sentado encostado na parede de um dos gigantes edificios da cidade. Ele estava rodeado de livros de todos os tamanhos e gostos e várias folhas com escritos estavam espalhadas. Parecia difícil de imaginar que alguém que morasse na rua pudesse ter tantos livros e gostasse tanto de ler. E estava escrevendo. Um mendigo escritor?

A moça olhou para os lados e percebeu que ninguém parecia notá-lo. Resolveu que  iria se atrasar mais um pouquinho ao emprego. Tinha algo nele que estava curiosa para descobrir.

– Olá senhor… – começou a jovem, abaixando-se para olhá-lo.

O homem não levantou a cabeça e continuou escrevendo.

– O que quer? – bravejou, não querendo ser interrompido, o que assustou Monique.

– Só queria perguntar se o senhor gosta de ler tanto assim e o que tanto escreve…

Ao ouvir isso, o morador de rua pausou sua atividade e sorriu. Nunca nenhuma pessoa o havia chamado para conversar. A mirou e ela o achou muito familiar.

Conversaram por um longo período e a contou que havia deixado sua família há muito tempo e que se arrependia amargamente disso. Nunca teve a chance de ver a filha crescer.  E desde então, só conseguia achar calma quando escrevia e lia alguma coisa. Por incrível que parecesse, muitas pessoas jogavam livros no lixo e foi assim que fez sua pequena coleção.

A mulher o olhou com carinho, seu pai a havia deixado assim como sua mãe sem motivos aparentes. Um dia ele simplesmente sumiu. Ainda conseguia se lembrar de quanto sua mãe chorou naquela noite.

– Eu escrevi muito durante todo esse tempo que andei vagando pelas ruas. Acho que até escrevi um livro inteiro… – ficou pensativo e tratou de procurar algumas folhas perdidas no meio de seu único e grande tesouro. – Aqui está.

– Posso ler?

– Fique à vontade. – respondeu gentilmente, ela já tinha ouvido aquela voz tão suave.

Olhou para a primeira folha, que parecia ser uma dedicatória e leu: “Em memória de Monique Russo. Desculpe ter ido embora, minha filha. Agora é muito tarde para consertar meus erros. Saiba que a amo muito. Adeus.”

Terminou de ler e procurou o homem, mas ele já não estava mais lá. Havia somente uma chuva gélida e fina que gelou seu coração.

Como sempre, ninguém havia notado.

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Bela

Bela

29 anos, engenheira da computação, tenho uma grande paixão pela escrita. Pretendo ser uma grande escritora um dia. Minha vida como escritora começou quando eu tinha 10 anos e já escrevia histórias curtinhas. O sentimento pela escrita é tão grande que virou um grande sonho ser capaz de tocar as pessoas com palavras como grandes escritores e seus livros que tocam em nossos corações.

Visualizar Perfil Completo →

Sou uma garota que tem uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Sou tradicional e gosto de escrever no papel para depois digitar, dessa maneira sinto que estou sendo inspirada por grandes escritores do passado, especialmente escrevendo com canetas de pena. Assim, fico mais perto da forma mais autêntica e pura da escrita.

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