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Borboletas… Voando… Um sonho… Uma garota. Risadas.
Felipe acordou com um susto, estava suando e havia derrubado todas as cobertas no chão. Colocou as duas mãos na cabeça e pensou em como aquele sonho parecia ter sido real, já o havia tido tantas vezes… Talvez fosse por isso.
Levantou da cama, a arrumou, colocou os chinelos e foi para o banheiro. Morava sozinho em um apartamento no centro da cidade, onde ficava perto da faculdade e do emprego.
Olhou-se no espelho e percebeu algumas olheiras em volta dos seus olhos castanho-amendoados, fazia algumas noites que não dormia muito bem. Tinha esse mesmo sonho toda noite. Tinha que significar alguma coisa para se repetir tanto, não é?
Pegou o pente em cima da pia de porcenalato, penteou seu cabelo marrom escuro, escovou os dentes, trocou de roupa e retornou ao quarto para pegar a mochila e ir para a aula. Feito isso, certificou-se que tudo estava apagado e saiu do apartamento.
Seguiu rumo ao seu destino e encontrou alguns amigos que já estavam na sala, esperando a aula começar. Antes do professor entrar na sala, tateou o bolso na procura de seu celular e ao achá-lo, mandou uma mensagem.
Como a aula foi um tanto interessante, o tempo passou voando e o intervalo logo chegou. Felipe decidiu ir ao jardim que ficava no pátio, sempre ia lá para pensar um pouco e refrescar a mente. Quando ia se aproximando, viu que uma garota estava sentada no banco de madeira que costumava sentar.
Ela tinha cabelo marrom, não conseguia ver seus olhos porque o cabelo estava tampando. Sua mochila estava caída na grama verdinha e molhada por ter chovido recentemente.
Não queria assustá-la, por isso decidiu não sentar ao lado dela, mas tentar conversar primeiro.
– Oi. – disse simplesmente e a menina levantou a cabeça.
Seus olhos eram amendoados.
– Oi. – respondeu e enrubesceu.
– Posso sentar do seu lado? – perguntou, ficando um pouco nervoso.
– Desculpe, esse é o seu lugar? – ficou meio sem jeito e fez menção de pegar suas coisas e sair.
– Não não! Pode ficar, eu gosto de ter companhia.
Ambos sorriram.
– Qual o seu nome? – ele perguntou.
– Ana. – ela respondeu sorrindo e aquele sorriso o fez sentir como se já a conhecesse. – E o seu?
– Felipe.
De repente, uma borboleta vermelha e azul começou a voar ao redor deles e pousou no cabelo da menina. Outras borboletas apareceram e ficaram fazendo uma espécie de dança. O garoto imediatamente lembrou do seu sonho e sentiu uma grande sensação de deja vu.
– Acho que as borboletas gostam de mim. – ela deu risada. – Elas sempre me acompanham quando estou voltando para casa.
Aquela risada… Ela realmente era a garota com quem tinha sonhado. Seu sonho tinha passado para a realidade e ainda não estava acreditando.
– Você deve ser a rainha das borboletas.
Ela parou de rir e o encarou.
– Espera… Você disse rainha das borboletas?
– Sim, por que?
– Seria loucura dizer pra você que eu já o conhecia dos meus sonhos?
Os olhos dele brilharam.
– Não… – Felipe pegou em suas mãos frias. – Porque eu também já a conhecia.
Os dois abriram um grande sorriso. Duas borboletas pousaram nas mãos deles.
Dizem que as borboletas são um símbolo de liberdade, transformações e novas etapas. Ana nunca havia se sentido tão livre como se sentia com ele naquele momento.